Covid-19: a presença dos vírus em nosso cotidiano
O Brasil acaba de alcançar seis meses do primeiro caso de COVID-19, cuja presença foi oficialmente registrada por aqui em 25 de fevereiro de 2020. De lá para cá o governo e a população enfrentaram desafios nas mais diversas esferas, econômica, social, emocional etc.
A ciência ganhou força e dominou o noticiário global. Mas a pandemia ainda está longe do fim em todo o mundo e o caminho continua sendo de muita cautela e atenção.
Identificada em 2019 na cidade de Wuhan, na China, a COVID-19 é uma doença provocada pelo novo Coronavírus, denominado SARS-CoV-2.
A doença apresenta um espectro clínico que varia de infecções assintomáticas a quadros graves, que necessitam atendimento hospitalar e suporte ventilatório.
Apesar de estar circulando há mais de oito meses por todo mundo, o vírus ainda apresenta aspectos desconhecidos pelos estudiosos.
A transmissão da COVID-19 segue desacelerando, fazendo crescer a esperança de cenários melhores. Mesmo assim, não podemos saber ainda quando a situação estará realmente controlada. Ao que tudo indica, a presença do vírus ainda vai permanecer por um longo período em nosso cotidiano. O que na prática, aponta que teremos que adaptar nossas vidas para convivermos com ele da forma menos nociva para nossa saúde.
Vírus que circulam no nosso cotidiano
Para nossa geração a situação de uma pandemia nestas proporções é novidade. Estamos em uma das maiores crises sanitárias da história recente da humanidade.
Mas o mundo já precisou lidar com diversos outros tipos de vírus semelhantes. A história mostra que conforme o vírus for melhor compreendido a ciência encontrará formas mais eficientes de tratamento e a população irá se adaptar a estas novas descobertas.
Foi assim com o surto global de H1N1 em 2009, que não chegou a ser uma pandemia mas registrou milhares de vítimas. Acontece também desta forma todos os anos com a mutação do vírus da gripe que faz dezenas de mortes no Brasil e no mundo. Porém as proporções são bem menores: em 2018, o H1N1 foi responsável por 117 casos e 16 óbitos em nosso País e o H3N2, menos conhecido, registrou 71 casos e 12 mortes.
Por isso algumas ações de prevenção tornaram-se obrigatórias, como o uso de máscara e o distanciamento social. Em diversos países da Ásia as medidas preventivas já são adotadas a qualquer sinal de surto de gripe.
Principais recomendações para se prevenir
As medidas de prevenção viraram a nova rotina na vida dos brasileiros. Enquanto ainda não tem vacina e o vírus ainda for uma ameaça à nossa saúde os cuidados devem permanecer em alta. Portanto é importante relembrar as medidas de prevenção ao novo Coronavírus e também aos demais, como H1N1 e outros vírus da gripe:
- Higienize as mãos com água e sabão ou álcool em gel 70% ao tocar objetos ou pessoas fora de sua casa;
- Aumente a frequência da higienização quando estiver em espaços públicos;
- Quando espirrar ou tossir, cubra o nariz e a boca a parte interna do cotovelo ou com um lenço;
- Evite tocar olhos, nariz, boca ou máscara de proteção com as mãos não higienizadas;
- Em espaços públicos mantenha a melhor distância que conseguir de outras pessoas, sendo recomendável o distanciamento de dois metros. Evite contato físico como apertos de mãos, beijos e abraços;
- Higienize com frequência os objetos utilizados no dia a dia, como celular, chaves de casa e do carro, carteiras etc. Higienize também os brinquedos das crianças, pois elas os levam constantemente à boca;
- Não compartilhe objetos de uso pessoal como canudos e talheres;
- Fique em casa e evite circulação desnecessária;
- Ao chegar em casa, tire os sapatos para entrar. Se possível, tire as roupas e tome um banho;
- Quando for ao mercado, faça a higienização das compras e embalagens com álcool gel ou lavando-as com água e detergente;
- Mantenha a casa bem limpa e os ambientes arejados
- Tenha uma alimentação saudável e boas noites de sono;
- Utilize máscaras de proteção em qualquer ambiente fora de casa;
- Se apresentar sintomas, evite ter contato com outras pessoas e, se necessário, busque atendimento.
Por mais que o tempo passe e a pandemia pareça estar controlada é importante manter os cuidados e estimular amigos, familiares e colegas de trabalho a seguirem as recomendações para prevenir a disseminação do vírus.
Onda de solidariedade
Desde o início da pandemia, a “anestesia social” (ausência de empatia pela dor do outro) foi reduzida. A solidariedade tomou conta de parte da população e voluntários têm se mobilizado em todo o país para ajudar pessoas em estado de vulnerabilidade, como moradores de rua e idosos que vivem sozinhos.
A motivação dessas ações solidárias tem relação ao reconhecimento da dor do outro. Somos seres coletivos e nos identificamos com a mesma condição diante de crises agudas e a tendência é nos unirmos para trabalhar em equipe.
O comportamento diante de graves crises, inclusive, pode ser um divisor de águas, capaz de provocar mudanças profundas e permanentes na sociedade.
Ao fim de tudo, um novo mundo
Junto com a pandemia, veio a urgência de priorizar o isolamento social e, com isso, o desafio de desacelerar a vida.
E pode parecer ruim no primeiro momento, mas a busca por novas formas de ver e viver a vida, faz parte da natureza humana.
Acontecimentos como esse, de dimensões globais, trazem transformações individual e coletiva. Apesar das incertezas esses eventos passam pela história como forma de aprendizado e impulsionam mudanças que o mundo levaria décadas para alcançar em situações normais.
Tais modificações podem ocorrer em diferentes aspectos: avanços tecnológicos, reestruturação político-econômica, habilidades de adaptação e sobretudo, a consciência individual.
O vírus continua em nosso cotidiano, exigindo atenção e cuidado. Mas aos poucos, a rotina de antes vai se restabelecendo. Enquanto aguardamos a vacina, devemos seguir com a certeza de que aprenderemos a conviver e nos proteger desse vírus, apesar de sua gravidade. Foi assim que fizemos em relação aos tantos outros que circulam entre nós de forma invisível.
E você? O que está fazendo para se prevenir e inibir a transmissão do coronavírus?