Mês de conscientização sobre o Autismo: Conheça sobre os casos mascarados em meninas
Abril é o mês de conscientização sobre o Autismo, um distúrbio do neurodesenvolvimento que promove comportamento e desenvolvimento diferente dos padrões comuns, caracterizado por déficit comunicacional e interacional. Nas meninas, contudo, devido às suas habilidades comunicativas, o transtorno pode ser mascarado com mais facilidade. É o que sugere uma pesquisa do Centro de Controle de Doenças e Prevenção norte-americano.
Além dos impactos na comunicação, o transtorno do espectro autista (TEA) apresenta outras manifestações comportamentais, como padrões comportamentais repetitivos, de modo que a pessoa pode se interessar por uma gama restrita de atividades e objetos, tornando-se repetitiva.
As estatísticas mostram que a incidência do autismo em meninas é até 20% menor do que em meninos. Uma parte desta diferença deve-se ao fato de que elas possuam alguns fatores genéticos que protegem do risco do autismo. Porém, com esta pesquisa, estima-se que muitas meninas não recebem o diagnóstico adequado, devido ao fato de não apresentarem características totalmente encaixadas com o TEA.
Os sinais de autismo em meninas
As meninas com autismo “camuflado” poderão expor sinais apenas na adolescência. Devido à falta de tratativa com a questão, distúrbios psicológicos, como a depressão ou ansiedade, podem aparecer. As meninas autistas não diagnosticadas podem ficar socialmente isoladas pela dificuldade na interação e por sentirem que não se encaixam nos padrões dos grupos de sua idade.
Os pais precisam estar atentos quando a menina:
• Não se interessa pelos assuntos comuns à idade;
• Parece mais inocente do que as outras da mesma idade, não entendendo duplo sentido de comentários ou piadas;
• Evita se expor a todo custo;
• Possui timidez aguçada;
• Apega-se demasiadamente à rotina;
• Tem dificuldades em aceitar mudanças;
• Esforça-se para imitar outras meninas (o efeito “masking”);
• Tem imaginação aguçada e até mesmo fantasiosa;
• Possui muita sensibilidade sensorial;
• Apresenta dificuldade em controlar emoções nervosas, como a raiva.
Algumas meninas e jovens com autismo são diagnosticadas enganosamente com outros transtornos psicológicos como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) Esquizofrenia e bipolaridade.
Ou, ainda, são enquadradas com características fora do esquadro das síndromes e transtornos como a timidez. A diferença entre meninas tímidas e com TEA é que a primeira entende o estado emocional das outras pessoas e sabe como reagir. Para a pessoa com autismo, este entendimento fica prejudicado.
No caso de suspeita, a ajuda especializada poderá diagnosticar ou negar a presença do distúrbio. O diagnóstico mais precoce possível é importante para seguir com as tratativas recomendadas. Deste modo, a menina terá mais chance de desenvolver suas habilidades e melhorar sua qualidade de vida na entrada da idade adulta. Esta jovem será encaminhada para tratamento psicológico, ocupacional e fonoaudiólogo. Este mix de terapias podem ajudar a pessoas a se entender e se aceitar.
A aceitação, da família e da própria pessoa, é fator crucial para o sucesso das terapias e ações de apoio. Quando não diagnosticado o distúrbio, os pais tendem a forçar atitudes consideradas “normais” da criança ou da jovem. Neste caso, ela poderá sentir-se ainda mais acuada, aguçando quadros de irritação, ansiedade, depressão ou distúrbios alimentares.
Este artigo tem como objetivo fornecer informação de qualidade como alerta e apoio à sociedade. Não substitui consultas médicas ou psicoterapêuticas.