Compre do pequeno

Compre do pequeno

Quer saber um jeito de economizar, comprar melhor e ajudar a sua comunidade?

Você já deve ter ouvido falar sobre o movimento “compre do pequeno” ou “compre de quem faz”. Há, sim, uma campanha do Sebrae chamada “Compre do Pequeno Negócio” que fala da importância de prestigiar as micro e pequenas empresas ao realizar suas compras. Mas o movimento não se restringe a uma única chamada. Já é um conceito. E se tornou mais forte no cenário de pandemia.

A ideia de comprar do pequeno é boa porque é ganha-ganha. Ao escolher um comércio local ou serviços nacionais você direciona dinheiro para sua própria comunidade. Isso é revertido em mais oportunidades de renda em sua região, como geração de empregos e espaço para novos negócios.

Um estudo do Sebrae mostra que as micro e pequenas empresas geram 52% dos empregos no País e representam 27% do PIB nacional.

Escolher um pequeno negócio para gastar seu dinheiro é um ato de cidadania. Muitas vezes, por causa da vida corrida, as famílias tendem a gastar em grandes redes, que oferecem estruturas maiores e mais variedades de produtos, preços e localidades. Porém, o pequeno pode oferecer um produto com mais qualidade ou um serviço mais especializado, além do atendimento personalizado. Em alguns casos, o proprietário ou funcionário do negócio pode até se tornar um amigo.

Quando você resolve conhecer as alternativas de consumo do seu bairro, você pode descobrir possibilidades de pouco deslocamento ou até facilidades como entrega em casa.

Os benefícios para a economia local

Esta simples escolha pode trazer impactos decisivos para a valorização de bairros e espaços urbanos. Afinal, uma região que possui pequenos negócios famosos por sua qualidade e bom atendimento receberá visitantes resultando em maior circulação de pessoas e, consequentemente, de dinheiro. Isso abre a oportunidade de outros negócios complementares pegarem carona no movimento.

Além disso, a circulação mais diversa de capital contribui para uma melhora geral no cenário econômico. Muita gente não imagina que comprar de uma micro ou pequena empresa contribui para a recuperação da economia. Segundo o Sebrae (dados de 2019), os 10 milhões de pequenos negócios brasileiros representam mais de 95% do total de empresas nacionais e são responsáveis por 27% do PIB e mais da metade dos empregos formais do país. São eles quem pagam salário a 17 milhões de empregados formais. Mesmo neste ano atípico e desafiador, os pequenos negócios ajudam a segurar empregos, pois, muitas vezes, não possuem “gordura” para cortar. Infelizmente, o maior desafio da micro e pequena empresa é segurar-se em pé em momentos de forte turbulência como agora.

Saindo um pouco dos negócios de bairro, consumir o que é nacional também é uma forma de contribuir para uma oxigenação da economia local. Seja valorizando o conteúdo de nosso País – como filmes, séries e música – comprar e divulgar as indústrias ou as soluções online etc. você estará deixando o dinheiro por aqui e gerando mais efeito ganha-ganha.

Aos que querem vender…

Neste período de pandemia, as pessoas começam a comprar menos, pois:

  • Estão ficando mais em suas casas;
  • Estão perdendo suas fontes de renda parcial ou totalmente;
  • Estão incertas em relação ao futuro.

Neste caso, é necessário compreender as novas dinâmicas e necessidades das famílias (B2C) e das empresas (B2B). Uma peça chave para o micro e pequeno negócio é a capacitação, tanto do empreendedor, quanto de seus funcionários. Se não é possível, no momento, investir em cursos, faça rodada de ideias e analisem juntos os cenários e demandas.

O próprio Sebrae oferece conteúdo e soluções para os pequenos negócios. Busque seus canais de atendimento para verificar as possibilidades.

Talvez seja necessário modificar o seu leque de produtos e serviços temporariamente ou, até mesmo, aderir a novas maneiras de oferecer seus préstimos. Busque por grupos de empreendedores do seu ramo ou correlatos. Há muitos representantes de segmentos se reunindo virtualmente para trocar boas práticas, ideias e testar novos modelos. Se você não conhece nenhum grupo, busque você mesmo reunir pessoas. Boas ferramentas para realizar uma pesquisa neste sentido, de grupos ou de pessoas, são o LinkedIn ou as associações de segmentos.

Aos que querem comprar do pequeno e fazer a diferença!

As dicas abaixo servem para as pessoas que desejam aderir ao movimento e, ao mesmo tempo, contribuir com o comércio local.

  • Ao negociar descontos, lembre-se de que o pequeno, muitas vezes, não possui escala suficiente para competir em preços com o grande. Se o valor está parecido, vale a pena abrir mão do desconto, que, muitas vezes, não fará diferença para quem compra, mas contará para o empreendedor que precisa manter as portas abertas;
  • Se você não encontrou o que deseja no mercadinho ou se sua empresa não se deparou com uma solução naquele prestador de serviço, comente isso com o gerente ou proprietário. Na medida do possível, explique o que você precisava, por que não deu certo etc. Deste modo, o pequeno empresário pode ter um termômetro daquilo que as pessoas estão buscando. Se for um negócio online, dê feedback pelo canal disponível;
  • Não faça uma avaliação negativa já no primeiro contato nas plataformas online. Se você não teve uma boa experiência no local, busque entender o momento daquele empreendimento. Será que foi uma situação pontual? Às vezes, uma avaliação negativa de um pequeno negócio em uma plataforma virtual (como Google, TripAdvisor, redes sociais etc.) pode atrapalhar, e muito, o desenvolvimento daquele negócio. Se possível, na primeira vez, dê um feedback negativo pessoalmente ou por meio de um canal mais privado, como um e-mail.

Que você faça boas escolhas de consumo e que, cada vez mais, o ganha-ganha seja praticado em nossa sociedade!

Barbara Valsezia